Me senti órfão duas vezes no futebol.
A primeira foi quando o Ronaldo se aposentou.
Eu realmente não conseguia acreditar que nunca mais eu veria
o Ronaldo jogar futebol. Ele se machucava tanto, mas voltava tanto...
Estou com um sentimento muito parecido com a saída do Iniesta
do Barça.
Eu não sou super fã do Iniesta. Gosto dele como qualquer um
que gosta de futebol.
O ponto é que a saída dele do Barça me joga na cara que
aquele time histórico dele, do Xavi e do Messi acabou. Por mais que eu (e muita
gente boa, rs) ainda queira acreditar que não.
Um time que começou a jogar junto na base, movido por uma ideia
que foi cultivada por 40 anos (!!), teve a felicidade de reunir um grupo de
jogadores e um treinador que entendiam uma cultura, e que gostavam dela.
E que
não sabiam e não queriam jogar de outra forma.
E as coisas foram acontecendo de
forma a coroar a melhor geração de um clube de futebol que acabou sendo
multicampeã, base de uma seleção campeã mundial como todo time histórico que se
preze foi.
É surreal ver vídeos com o Piqué adolescente, junto do
Fábregas e do Iniesta, na época que o Cruyff era treinador do Guardiola no time
principal.
E perceber que esses caras conseguiram reunir essa energia toda,
ganhar tudo e encantar tanto!
Nossa!
E se o Messi fosse espanhol, hein? Puxa...
Sou muito grato de enxergar futebol como uma obra de arte,
de ver beleza em cada movimento bem executado, e de me emocionar com o jogo e
com histórias como essa, do Iniesta.
Fico muito feliz de perceber que a cada dia que passa, a
cada lembrança, a cada aposentadoria, aquele turbilhão de emoções que foi o Barça
do Xavi, do Messi e do Iniesta fica maior, fica cada vez mais gigantesco!
Parabéns, Don Andrés.
Saudades.
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