Eles, certamente, eram o time menos temido das semifinais. Técnico
novo demais, esquema velho demais, os protagonistas de sempre. Tudo para
continuar dando errado, como há quatro anos.
Será?
Não. Desta vez deu tudo certo. Tudo impressionantemente a
favor.
O campeonato começou a ficar com a cara do Chelsea quando o
Messi perdeu aquele pênalti. Mais do que um ferrolho bem armado, jogadas de
bola parada e contra ataques eficientes, eles estavam encantados, abençoados,
com sorte, chamem do que quiser. Sorte que fez Messi não ser tão Messi por dois
jogos, que fez Robben perder pênalti, que fez um Ramires gelado e decisivo pra
fazer um golaço de cobertura em pleno Camp Nou. Sorte que fez um Drogba mais
guerreiro do que nunca, que fez questão que ele não saísse vilão, mesmo ele
fazendo dois pênaltis nos dois jogos finais.
Vocês devem lembrar que, na semifinal, o Barcelona perdeu um
caminhão de gols em Londres, e outros tantos em Barcelona. Sobre a final, só o
Mario Gomez perdeu uns três.
O jogo poderia se estender por horas, dias, não teria jeito.
Na hora agá, eles resolveriam tudo. O futebol deles não é o mais bonito, não
tem os craques das propagandas, fez questão de só se defender, antifutebol mesmo, com a cara e
a coragem! Mas eles estavam abençoados.
E quem pode contra a sorte? Como competir contra a sorte?
Aliás, como viver sem ela?
Como diria Nelson Rodrigues, sem sorte não se pode nem
chupar um picolé!
A Champions deste ano estava predestinada a ficar em Londres,
a ser azul!
Portanto parabéns ao Chelsea! O Campeonato ficou com quem
tinha que ficar.