segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O todo Corinthians (e um aviso)


Foi bonito de se ver, deu gosto de verdade. O Corinthians foi campeão do mundo contra o bom grupo de jogadores do Chelsea, que não passou nem perto das bênçãos que recebeu na ultima Champions. Mais importante que a fenomenal vitória foi a forma como ela veio. O clube do parque São Jorge venceu com muita personalidade, venceu do seu modo, como também venceu a Libertadores deste mesmo 2012. Propôs o jogo o tempo todo, foi intenso em cada minuto. Claro que teve a pitada do acaso, vide a inacreditável defesa do Cássio no chute do Cahil. Mas, enfim, quem vive sem ela senhores, quem pode viver sem ela?
E o multicampeão Corinthians tem uma particularidade pouco comum aos grandes times de futebol: não tem um protagonista. Ninguém do time destoa demais, carrega o time nas costas. Não há nenhuma peça da qual passamos o jogo todo esperando algo. O mais importante é, de fato, o todo, o time, o coletivo. Talvez por isso que o torcedor possa se sentir ainda mais responsável pelo sucesso do time, possa se sentir dividindo as responsabilidades e alegrias das vitórias, possa dizer que de fato forma o 12° jogador que tem feito tanta diferença. A fiel torcida Corintiana fez jus ao nome. Invadiu o Japão e fez um Pacaembu do outro lado do mundo! Simplesmente para não duvidar da fé de ninguém, pelo amor...
O forte apoio do estado, que tem como pilares a preferência da principal emissora do pais e, agora, patrocínio de um banco público, nos remetem a equipes vitoriosas como o Real Madrid de Franco, pentacampeão europeu na década de 50, e a Itália de Mussolini, bicampeã mundial na década de 30. Estejamos atentos para que a nosso futebol continue democrático.
De todo modo, Tite, seus comandados e principalmente a torcida Corintiana merecem todos os parabéns! 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Segregação


De ontem para hoje, fomos brindados com duas novidades, digamos em um primeiro momento, polêmicas do nosso governo federal. Uma delas é decisão tomada, que diz que, já a partir deste ano, teremos cotas de vagas nas universidades públicas federais, que chegarão ao inacreditável número de 50% em 2016. A outra trata de um pacote de ações afirmativas que têm intuito de criar cotas para negros no serviço público. Mais detalhes aqui e aqui.
Duas novidades que me levam a pensar tanta coisa que nem sei por onde começar.
Antes de mais nada, o fato: o governo afirma que negros/ pardos/ indígenas não tem as mesmas condições de concorrer a um lugar ao sol, ao Jardim do Éden que são as universidades públicas e o funcionalismo público. OK. Concordo que para pessoas carentes (vejam bem, CARENTES), fica muito difícil disputar com quem tem mais condições de se preparar. Mas não há como concordar que a melhor maneira para corrigir esta terrível injustiça seja obrigar, impor ditatorialmente a presença destas mesmas pessoas despreparadas no ensino superior/ nos cargos federais públicos.
Não se surpreendam se, daqui a alguns anos, nossa graduação pública se apresentar falida, muito por conta do não aproveitamento dos melhores alunos nos seus concursos. Muito por conta da fuga dos nossos melhores professores, inconformados com o nível em decadência, ladeira abaixo, de seus alunos. Não será surpresa se, num futuro não tão distante, tivermos nosso 3° grau público equiparado, em qualidade, as nossas escolas estaduais e municipais de nível médio e fundamental, aprovadoras automáticas, geradoras de diplomas hipócritas há um bom tempo.
Porque o mais importante num curso, seja ele qual for, são os alunos. Os melhores alunos. Vocês acham que a USP ser a melhor universidade do Brasil e ter o vestibular mais difícil é mera coincidência?
Como citei acima, certamente a falta de oportunidades aos mais carentes é um problema, mas penso que a melhor solução seja investir na educação de base, fortalecer o ensino fundamental e médio, valorizar nossos professores, guerreiros que merecem ser lembrados muito mais que só um dia.
Alunos bem preparados, motivados, com força de vontade, formarão uma geração que não terá problemas com vestibular, com concursos, com o que for.
Formarão uma geração que pense, que critique. Que coisa rara, meu Deus...
Nunca é demais lembrar que estudar é bom. Que se esforçar faz parte. Que nosso atual presidente do STF não precisou da ajuda de cotas.
Por fim, não posso deixar de pedir que todos nós estejamos atentos a um governo que, além de comprovadamente corrupto, se mostra populista e manipulador, fazendo questão da que todos estejam presos às suas rédeas.

Mas a democracia há de resistir.

sábado, 8 de setembro de 2012

Cadê minha seleção?


As vaias à nossa seleção representam muita coisa. Muito mais do que a avaliação de um jogo.

Sobre o time, ou melhor, o grupo de jogadores que têm se reunido para nos representar, não acho que o trabalho está sendo mal-feito, não acho que há algo de muito diferente a se fazer, não acho o Neymar pipoqueiro. A única coisa que sinto falta de verdade é de um cara mais experiente junto do nosso ataque. Já defendi algumas vezes que Kaka, em forma, seria um grande nome, um atleta experiente para dar equilíbrio ao grupo muito jovem de bons jogadores que nós temos. Mas as coisas não tem dado certo no seu clube, uma pena. Portanto, o que está sendo feito em relação à criação/manutenção da equipe é o possível. Não há o que revolucionar.
Sobre como a seleção é vista aos nossos olhos é, este sim, um ponto que há tempos chama minha atenção. Um jogo do nosso selecionado é uma prova cruel, em que somos os professores mais carrascos possíveis, que se colocam numa confortável posição de criticar duramente o insucesso, ou simplesmente ficam sem contra argumentos a uma vitória mais do que obrigatória.
Dai eu dizer que as vaias no jogo de ontem representam mais o do que simplesmente uma avaliação negativa da partida. Traduzem a falta de carinho da nossa torcida. Não há pesar na derrota, e sim um esperado e irônico conformismo. Não há grande alegria na vitória.
Futebol sempre foi uma válvula de escape para nós, motivo de orgulho de sermos brasileiros. Numa nação que ainda não tem uma identidade definida, futebol era nossa ideia comum, nosso exemplo de quanto podemos ser vencedores, do quanto podemos ser imbatíveis. Mas conseguiram tirar esse sentimento de nós.
Porque a partir do momento que vemos nosso campeonato enfraquecido por clubes mais ricos, quando vemos ligas mais organizadas levando nossos craques aos vinte anos de idade, inevitavelmente nos distanciamos dos nossos times. Quando se torna comum sabermos de noticias de escândalos envolvendo organização de copa do mundo, amistosos da seleção, quase tudo que envolve a CBF, fica difícil de continuarmos a ter orgulho. E esse processo de descrédito com nós, torcedores, vem de muito tempo, coisa de mais de 20 anos (coincidência?).  
Quando paramos para ver o jogo do nosso selecionado, já fomos alimentados por muita coisa ruim. Já há preconceitos formados, enraizados em nós.
Ontem, foram traduzidos em vaias.
E, se a coisa continuar no ritmo que está, há de chegar o dia que nossa seleção entrará em campo sob vaias.
Não duvidem. As sementes estão sendo muito bem plantadas.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sobre Neymar


As semifinais da libertadores passaram, o Corinthians, do seu modo, ganhou do Santos, e enfrentará o Boca, que chega de novo a uma final continental.

Sobre a semifinal brasileira, minha torcida era pelo Santos. Por ter um futebol que me agrada mais, por ter encantado muitas vezes de dois, três anos pra cá, por ter Neymar.

E é sobre ele que quero escrever.

Não acho que ele esteja cansado ou desmotivado, como muita gente boa defendeu. Não parece ser seu estilo.

O que ele já cansou é de mostrar que é craque, decisivo, daqueles de meter medo no time adversário.

E é fato que pode melhorar.

No Brasil, os desafios estão acabando. Resta a ele o título Brasileiro que o time do Santos tem todo potencial pra ganhar.

Portanto defendo que, ao final da temporada que segue, ele vá se lapidar na europa, contra os melhores, pra que chegue em 2014 simplesmente conhecendo tudo e todos, para que chegue mais forte do que já é.

E, não duvidem senhores, isso é completamente possível.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Acabou


Que o Ronaldinho sairia mal do Flamengo era provável. Muito por ele, haja visto o que houve no Grêmio e no Paris Saint-Germain, e muito também pelo que o Flamengo sempre foi. Todos errados, descumprindo acordos. Quem tinha que jogar bola não jogou. Quem tinha que pagar não pagou.
Mas ontem, quando foi anunciada a saída do dentuço, tive um misto de sentimentos. Claro, pensei criticamente sobre o clube, que é inacreditavelmente mal administrado. Pensei mal sobre o Ronaldo e o irmão, que são mercenários ao extremo. Mas, além disso, fiquei muito triste por ter a certeza que o Ronaldinho acabou.
Por mais que parecesse impossível, sempre fica a esperança que ele vai voltar a jogar, que ele vai ser 30% do que já foi.

Cara, é o Ronaldinho Gaúcho!!

Ele foi o jogador mais espetacular que eu vi. Não foi o melhor. Mas foi o mais espetacular, certamente.
Fez jogadas inacreditáveis, de circo, de propaganda, tudo no campo, tudo valendo! Talvez ele tenha protagonizado os momentos mais emocionantes que eu vi no futebol, como os aplausos que recebeu em pleno Santiago Bernabéu, o gol de falta na copa de 2002. A homenagem que ele recebeu do Barcelona, já como atleta do Milan, em pleno Camp Nou. Aquele memorável jogo contra o Santos na Vila, jogo que me motivou a escrever sobre futebol. Também participou da conquista do penta, da copa das confederações de 2005 (melhor seleção que eu vi), torneios aonde não brilhou tanto, mas marcou presença.

E eu vou sentir muita falta desse Ronaldinho. Uma pena que ele tenha se matado para o futebol.

Ao menos, espero que, de uma vez por todas, se discrimine o sujeito que não cumpre com suas obrigações, que é irresponsável, que justifica um erro com outro. Por mais que se tenha talento, é preciso respeitar regras, cumprir deveres, trabalhar, fazer o que deve ser feito. Isso é o mínimo! 

Não tirar o melhor do dom que Deus nos dá é um pecado mortal.
Uma ingratidão.

domingo, 20 de maio de 2012

Competição desleal


Eles, certamente, eram o time menos temido das semifinais. Técnico novo demais, esquema velho demais, os protagonistas de sempre. Tudo para continuar dando errado, como há quatro anos.

Será?

Não. Desta vez deu tudo certo. Tudo impressionantemente a favor.

O campeonato começou a ficar com a cara do Chelsea quando o Messi perdeu aquele pênalti. Mais do que um ferrolho bem armado, jogadas de bola parada e contra ataques eficientes, eles estavam encantados, abençoados, com sorte, chamem do que quiser. Sorte que fez Messi não ser tão Messi por dois jogos, que fez Robben perder pênalti, que fez um Ramires gelado e decisivo pra fazer um golaço de cobertura em pleno Camp Nou. Sorte que fez um Drogba mais guerreiro do que nunca, que fez questão que ele não saísse vilão, mesmo ele fazendo dois pênaltis nos dois jogos finais.

Vocês devem lembrar que, na semifinal, o Barcelona perdeu um caminhão de gols em Londres, e outros tantos em Barcelona. Sobre a final, só o Mario Gomez perdeu uns três.

O jogo poderia se estender por horas, dias, não teria jeito. Na hora agá, eles resolveriam tudo. O futebol deles não é o mais bonito, não tem os craques das propagandas, fez questão de só  se defender, antifutebol mesmo, com a cara e a coragem! Mas eles estavam abençoados.

E quem pode contra a sorte? Como competir contra a sorte? Aliás, como viver sem ela?
Como diria Nelson Rodrigues, sem sorte não se pode nem chupar um picolé!

A Champions deste ano estava predestinada a ficar em Londres, a ser azul!
Portanto parabéns ao Chelsea! O Campeonato ficou com quem tinha que ficar.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Racionais


Sobre o gol anulado do Vasco, contra o Corinthians, afirmo o seguinte:

·         -Vi o tira-teima da Fox
·         -Vi o tira-teima da globo
·        - Na minha visão, houve impedimento

Hoje não debaterei o  lance em si. Muito complexo, o impedimento foi milimétrico e acredito que o bandeira tenha tido sorte em acertar. E, mesmo que eu esteja errado, portanto sendo legal a jogada, acho covarde crucificar um arbitro num lance que, com replay e imagens mil, ainda temos dúvida sobre o que houve.
O que me chama a atenção é essa teoria da conspiração dos torcedores vascaínos, essa postura ridícula de sempre achar que é o prejudicado, essa absurda tese de que a Globo manipulou o replay, de que a Globo  é a favor do Corinthians.  

Qual é a dificuldade de aceitar que foi um lance de difícil interpretação?
E essa é uma postura que está se tornando comum nos torcedores de futebol. Muita gente tem um certo prazer em ver um erro de arbitragem contra seu time para justificar um resultado negativo, para ter um bom argumento numa possível derrota ou para honrar ainda mais a vitoria em potencial:

“ E JOGANDO CONTRA DOZE HEIN!!!! “

E o pior é ver o Roberto Dinamite, em vez de trabalhar pra tentar resolver, para minimizar influências de arbitragem dentro do campo de futebol, ficar questionando-a depois do jogo. Depois a força jovem vai pra São Paulo cheia de morteiro dentro do pau do bandeirão fica todo mundo puto, chamando os caras de revoltados sem causa!
Enfim, uma bagunça geral, uma briga de homens das cavernas. O Filé, cachorro do meu pai, certamente é mais educado do que todo mundo que eu citei no texto até agora.
Ai eu saio com a camisa do Barça, falo que me empolgo mais com a Liga dos Campeões do que com o Brasileirão, do que com Libertadores, sou tachado de maluco, antipatriota, baba ovo de europeu...

É  mole?

terça-feira, 1 de maio de 2012

Vida e obra

Por André Kfouri


Se Pep Guardiola não ganhar mais nenhum jogo em sua carreira, não importará.
Claro, importará para ele, que terá de sobreviver com as dúvidas existenciais e a respeito da própria capacidade. Que se perguntará se o Guardiola do Barcelona e o dos outros clubes é o mesmo treinador. Que, no fim, lembrará de seu período no Camp Nou com a mesma sensação que temos quando acordamos no meio da noite impressionados com um sonho bom, mas irrecuperável.
Importará para os pragmáticos, os conservadores, os medrosos. Sejam quem forem e estejam onde estiverem. Para os ressentidos, os humilhados, os deprimidos. Que se rendem à antipatia sem sentido, ou ao preconceito mal informado. Para os míopes, os insensíveis, os alienados. Que enxergam, mas não veem.
Importará para seus futuros empregadores, que comprarão sem receber. Para seus futuros jogadores, que estudarão sem aprender. Para seus futuros torcedores, que sofrerão sem vencer. E para seus futuros detratores, que falarão sem saber.
Importará para seus colegas, os bons e os nem tanto. Os bons lamentarão a ausência de um virtuoso, que fez da profissão de técnico de futebol um ambiente em que a criatividade, a ousadia e a fidelidade ainda encontram espaço. Um professor que não se vê merecedor de tal honra, que entende o jogo como entende a vida, caminhos que não valem a pena sem valores. Os bons, os bons de verdade, perderão alguém com quem se comparar, alguém para imitar, alguém para superar.
Os nem tanto se deliciarão com o alívio. A mediocridade os salvará. O fim de cores inalcançáveis aumentará o valor conferido ao cinza nosso de cada dia. Será o triunfo da insipidez, a consagração da nota 6. Melhor ainda, será o argumento que faltava para se deslumbrarem com o que definitivamente não são. Pois eles serão os primeiros a distanciar Guardiola deste Barça, como se um time assim pudesse existir sem um técnico. Baterão no peito e dirão “com aquele timaço, até eu”. Só não terão coragem para fazê-lo em público.
Importará aos infelizes para quem os espetáculos devem se restringir aos teatros e casas de óperas. Que pensam que o resultado final é o que nos define, e não a forma como o buscamos. Que ignoram que respeito se conquista com postura. Que são incapazes de receber as vitórias com classe, as derrotas com gentileza, as oportunidades com gratidão.
Importará para os que não gostam da bola, não são obcecados pelo passe, não acreditam que uma equipe deve se mover pelo gramado como se fosse uma única composição. Importará para os viciados em linhas de quatro, de oito, de onze. Importará para os que não entendem que filosofia de jogo não é uma receita para vencer, mas uma forma de se expressar. Importará para os egocêntricos e os egoístas. Os presunçosos e os pretensiosos. Os perdidos e os iludidos.
Mas para quem percebeu o que ele ajudou a construir nas últimas quatro temporadas, se Pep Guardiola não ganhar mais nenhum jogo, não importará. Em mais cem anos, provavelmente não haverá nada parecido.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Merecer ou não merecer

Dois jogos importantes do meio da semana passada me chamaram a atenção. Um foi a vitória do Barcelona sobre o Milan nas quartas de final da liga dos campeões da Europa. O outro foi a vitória do Flamengo, em vão, na Taça Libertadores da América. O Barcelona venceu e se classificou, bem verdade que com algumas polemicas de arbitragem, já debatidas no último post . O Flamengo, a pesar de vencer, foi eliminado por não ter conseguido, na rodada fatal, resultados agregados que lhe colocassem em posição classificatória no seu grupo.
É quase unânime a opinião de que o Barcelona é um time melhor que o Milan, portanto merecia vencer o duelo. E também é senso quase comum que o Flamengo, por conta de sua incompetência durante a fase de grupos, não merecia se classificar. E minha proposta é que tentemos debater esse merecimento no futebol. O que é merecer ganhar?
Vamos imaginar outro cenário. Supor que, no jogo Barça x Milan, os pênaltis não tivessem sido marcados e o Milan tivesse se classificado. Será que o Milan teria merecido menos a vitória? No caso do Flamengo, supor que os resultados agregados tivessem vindo, classificando o rubro-negro carioca. Seria esta uma classificação injusta? Pouco merecida? Absurda?

FOI A GLOBOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!
(Me desculpem, tentarei me conter…)

Antes da opinião, devo dizer que este Barcelona é o melhor time que eu já vi, portanto melhor que este Milan, e concordo que o Flamengo fez uma campanha absolutamente ridícula na libertadores. Mas se os resultados tivessem sido diferentes a ponto de classificar os dois rubro-negros, seriam classificações justas sim, merecidas também, porque não? Penso que merecer ganhar é simplesmente conseguir os resultados dentro das regras do jogo, de forma justa, honesta e, preferencialmente ( não necessariamente e muito menos obrigatoriamente) bonita.
Entendo que todos torçam para que o melhor ganhe ou que o pior não ganhe, mas não concordo com esse mérito da vitória só para o melhor. Futebol é feito gols, é essa a pontuação do jogo, é isso que mede méritos e deméritos. Se a vitória vier com espetáculo do vencedor melhor, mas se não for assim, devemos aplaudir da mesma forma.
Merecimento e torcida são coisas diferentes senhores, bem diferentes.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Combinado não sai caro

Minha opinião sobre as polêmicas decisões da arbitragem no jogo entre Milan e Barcelona desta semana



Em primeiro lugar, não houve pênalti em nenhum dos dois lances. 

Tratando-se de  futebol, nem sempre o melhor vence, vide Holanda na copa de 74, Brasil na copa de 98, Barcelona no campeonato mundial de 2006, entre outros.

Portanto, não é porque o Barcelona é (MUITO) melhor que a vitória foi justa. Eles foram ajudados pelas infelizes decisões da arbitragem. E, no futebol atual, no esporte de alto rendimento de forma geral, em que qualquer pequena decisão tomada faz enorme diferença, estes erros de arbitragem não podem ser relevados, não podem ser ignorados em prol da “justiça da bola”. Aliás, arbitragem é o maior problema (dentro do campo) do futebol atual, do futebol dos detalhes. Já passou da hora de ser revista. Mas isso é outro papo...

O Barcelona é melhor e foi melhor nos dois jogos. Mas fez gols, que é o que realmente importa, de forma irregular. E ponto.

Nenhum jogo deve ser decidido pela justiça. Ele deve ser decidido pelas regras. As regras sim devem ser aplicadas de forma justa e coerente PARA OS DOIS COMPETIDORES! E isso não foi feito.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Chico Buarque (estreando na Pauliceia) e Pelé

Eu precisava dividir isso com quem ainda tem o saco de me ler.
Eu precisava guardar isso pra mim, pra sempre!!!


------------------------------------------------------------------------------------

Por LUIZ GUILHERME PIVA

Num encontro entre os dois, o Chico Buarque perguntou ao Pelé se ele sonhava e com o quê ele sonhava. “Porque”, explicou Chico, “eu sempre sonhei em ser o Pelé!”.
A música nunca foi o forte do Rei, mas ele fez suas tentativas. O Chico talvez não jogue bem, mas usou muito o futebol nas letras de suas canções.
Há uma aproximação entre futebol, poesia e música.
Diz-se de um grande time que ele joga por música, de um grande jogador que ele é pura poesia, de um grande compositor que ele é um craque. Ou que bate um bolão.
Mesmo nas escalações dos grandes times, há uma métrica quase natural na sua escansão, formando versos que lembram frases melódicas.
Grandes meio-campos formam redondilhas – que são os versos de sete sílabas, imensamente predominantes na poesia, na música e mesmo na fala.
Piazza e Dirceu Lopes. Dudu e Ademir da Guia. Pintinho e Rivelino. Falcão e Carpeggiani. Andrade, Adílio e Zico. Dinho, Cerezo e Raí.
E os grandes ataques formam alexandrinos, que são os versos dodecassílabos, muito usados em sonetos. São considerados nobres e de difícil construção.
Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagallo. Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino.
Mas há ainda o alexandrino clássico, considerado o mais difícil de ser construído, por suas regras restritivas.
Ele exige que a acentuação tônica recaia sobre a sexta e a décima-segunda sílabas.
Exige também que o final da primeira parte (seis sílabas), chamada de primeiro hemistíquio, ocorra em oxítona ou em vogal.
E exige que cada hemistíquio tenha seu sentido autônomo.
Pois bem. Há um ataque destes. Que atende a todas essas regras. E que, se existisse, talvez fosse de fato o melhor ataque da história do futebol brasileiro.
Mané, Didi, Pelé, Pagão e Canhoteiro.
Como nos três anteriores, Pelé está neste ataque alexandrino clássico.
E quem o escreveu, como letra de canção, foi o Chico Buarque.
Que, aliás, bate um bolão.

Fonte : http://blogdojuca.uol.com.br/2012/03/chico-buarque-estreando-na-pauliceia-e-pele/

terça-feira, 13 de março de 2012

Seja você!

É curioso como há pessoas que tomam atitudes que não as agrada, que as vezes não as convém, mas que são inconscientemente fundamentais para que se afirmem perante a sociedade, ao seu grupo, a sua tribo. Coisas do tipo padrão homem com h maiúsculo, que bebe demais, traça o maior numero de mulheres que conseguir, dirige agressivamente. Na verdade é agressivo na maioria das vezes. Padrão mulher: Recatada, sóbria, apaixonada pelo seu namorado que talvez ainda nem exista. Deixo claro que não considero nenhuma das hipóteses citadas como erros ou absurdos, só me incomoda ver que há pessoas tentando forçar estas e outras situações, personalidades, que simplesmente não cabem a elas, que não as são!
Talvez não seja culpa nossa. Fomos criados assim, boa parte da sociedade pensa assim e, de fato, é o caminho em que há menos embates, menos confrontos com as pessoas a nossa volta. Teremos a segurança de que não há ninguém falando sobre nós, nem pensando em nós, não seremos julgados, enfim, seremos vistos como normais. Melhor, seremos invisíveis! E o que me incomoda nisso tudo é que muitos deixam de ser eles mesmos pensando e agindo assim. Vivem atuando, se escondendo. Vivem para os outros. Na verdade vivem SÓ para os outros e esquecem de se agradar.
Talvez não seja fácil, e muita das vezes pode ser inconveniente, mas nos faz bem dizer um não quando não se quer, dizer um sim quando se quer, dizer que esta com medo quando ele de fato existe, perguntar quando não sabe. Há de se ter equilíbrio entre o fazer o que tem que ser feito e não fazer o que não queremos.
Só e preciso um pouco de coragem para uma primeira atitude, porque depois é certo que você não conseguira não ser você.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

E ai campeão?


Chega né? Chega de por empecilhos em tudo. Chega de inventar desculpas para você mesmo. Chega de acreditar que você não vai conseguir. Chega de culpar os pequenos problemas da vida. Todos nós temos. Todos! E os verdadeiros vencedores os administram junto com suas lutas.
É muito fácil falar que não tem tempo. Você não fica horas na internet? Cansado de não fazer nada? Você não dorme demais? Então. Aproveite seu tempo melhor! Foque nos seus objetivos! É possível fazer tudo isso e ter vida social. Obviamente sabendo que vida social não é ter ressaca duas vezes por semana...
            Tenha equilíbrio.
            O fundamental para nossas batalhas diárias é sair delas com a certeza de que você deu o seu melhor. Com a convicção de que aquele foi o seu limite. E se você tem alguma dúvida disso, pergunte aos melhores exemplos pessoais que te cercam como foi que eles conseguiram chegar aonde chegaram. E eles vão lhe contar que não basta tentar ser mais um.
            Saiba que não há caminho sem pedras, não há como ser perfeito. Não desanime no primeiro problema que surgir, na primeira derrota.
            Seja crítico com você mesmo, se cobre, discipline-se, não há outro meio de vencer.Ou você ainda acha que alguém vai fazer isso por você?
Não espere as oportunidades, faça com que elas te procurem! Elas só irão procurar quem as merece.
            E se tem alguma coisa errada mude, dê um jeito, tome outra atitude. Na maioria das vezes o problema é você, portanto se vire e resolva!
            Eu não falaria isso para qualquer um. Estou falando pra você porque sei que, como poucos, você faz a diferença. Falo isso porque sei que você irá resolver, sei que você vai conseguir, tenho convicção de que você é capaz!

Eu não perderia meu precioso tempo com qualquer um. Não mesmo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Formação


A copinha passou, o Corinthians venceu (de novo!) e me veio em mente a formação de nosso atletas, as tão faladas categorias de base.
Penso que um clube de futebol não deva formar jogadores com o intuito de vendê-los. Claro que isso pode acontecer, a final de contas esses jovens atletas são investimentos do clube, mas estas negociações devem ser uma grata surpresa de uma receita baseada em cotas de TV, patrocínios bem planejados, projetos sócio-torcedor, ingressos, enfim com tudo que um grande clube/empresa deve fazer.
            O que deve ser focado é a formação dos jovens como cidadãos, como homens de bem, priorizando educação, fazendo com que o talento e as oportunidades levem aos campos os que se destacarem, e deixando muitas outras portas abertas para os que ficarem pelo caminho.
            Uma pena que isso não seja interesse de muita gente boa.
            Se é que os senhores me entendem...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Malandros revoltados ou revoltados malandros?

Semana passada, aqui no Rio, houve um novo aumento na passagem dos ônibus. Algo em torno de 6,64 % para os intermunicipais e de 10% para os municipais. O reajuste pegou todos de surpresa e muitos cariocas ficaram indignados. As redes sociais ainda debatem o assunto, sempre criticando. E, de fato, um aumento de 10% de uma hora para outra num serviço simplesmente imprescindível para qualquer grande cidade é abusivo e, com certeza, prejudicará muita gente.
Mas,hoje, estou aqui para falar com quem, como sempre diz meu pai, só quer se adiantar! Antes, uma explicação e duas histórias.É fato que todos os estudantes cariocas da rede pública , devidamente munidos de seus vales eletrônicos, têm direito assegurado por lei de embarcar nos ônibus gratuitamente. Diferentemente de outros lugares, aonde o direito é o da meia-entrada, aqui ele têm passe livre.E, como já dizia o ditado, senhores, a oportunidade...
    Cansei de ver velhos barbados, com emprego que exige no mínimo o ensino médio completo, com camisa de escolas municipais para conseguir gratuidade nos coletivos. Já vi universitários usando da mesma prática. Há também o caso de funcionários de grandes empresas que inventam rotas trabalho-casa diferentes das que realmente fazem para que seu empregador lhe pague um valor de passagem acima do que, de fato, será gasto.
E o que me intriga é que estas mesmas pessoas agora reclamam o aumento abusivo das passagens. Essa exploração.
- “Isso é um absurdo!!”
Deixo claro que sou contra esse cartel absolutamente mafioso das empresas de ônibus, que manipulam como bem entendem um serviço básico à manutenção da cidade, como já citei inicialmente. Mas também peço àqueles que pegam carona na primeira oportunidade, aos “estudantes” de plantão, aos magnatas do Riocard, que ao menos gozem do seu esquema quietos. Compro a idéia de que ladrão que rouba ladrão merece os cem anos de perdão, mas daí a pedir reajuste do roubo? Ai já é demais...