No inicio deste mês, a FIFA, em sua festa anual de gala,
entregou vários prêmios, entre eles o de melhor jogador do mundo. E, mais uma
vez, na verdade pela quarta vez seguida, quem venceu foi Lionel Messi. E, mais
uma vez, quem ficou com a prata foi Cristiano Ronaldo.
A deliciosa dúvida, que já dura bem uns 5 anos, se reacende.
Afinal, quem é melhor? Ronaldo ou Messi?
Sobre o luso, não há como negar que é um fenômeno. Foi o
craque do Manchester de Ferguson em 2008, o que não é pouco. Uma peça muito
importante no Real de Mourinho e em sua seleção nacional. O caminhão de gols
que marca a favor dos merengues fala por si só. E são gols de todas as
maneiras: de falta, de cabeça, perna esquerda, perna direita... Têm velocidade
e técnica inacreditáveis, o homem é uma máquina! Além de tudo isso, e o que
mais me chama a atenção, é sua personalidade. Simplesmente não aceita derrota,
não aceita segundo lugar, não quer nem saber de não ser o melhor.
Mas a disputa é com Messi. Com o genial Lionel Messi.
Dia desses estive pensando sobre o que pode caracterizar os
gênios da bola. O que me chama a atenção para considerar alguém não apenas
craque, mas genial.
O gênio, na verdade, não me parece pensar. O gênio nasce
sabendo. O sujeito genial age por instinto. Precisa de muito pouco incentivo
para se mostrar muito melhor do que a maioria de nós. Além disso, ele simplifica
as coisas. Deixa uma fajuta impressão de como é fácil fazer o que ele faz.
Isso tudo eu enxergava no Ronaldo e no Zidane. É isso que eu
enxergo em Lionel Messi. Sabe exatamente o que deve fazer em campo. Com a bola
ou sem ela. E, vejam, não digo que ele não erra. Ninguém é perfeito. Mas eu não
o vejo tomando a decisão errada quase nunca. Ele toca quando deve tocar, dribla
quando vale a pena driblar, chuta quando o melhor é chutar. E, para pavor dos críticos
de plantão, até na seleção Argentina ele está jogando bem!
Desnecessário dizer que os requisitos para gênio são pura e
simplesmente opinião minha, fruto de observações feitas por este apaixonado por
futebol.
Sobre meus personagens de hoje, agradeço a quem quer
que me abençoe por me dar a oportunidade de ver o melhor dos dois.
E torço, de verdade, para que o debate não acabe nunca.
Independente do craque ou do gênio em questão.